segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Evan Last Nightfall e a pequena Ellyllon

Olá pessoal, tudo bem? Como está o início do ano para vocês? E as novas leituras? Já passaram no Sociedade do Saber? Não? Então sinta-se à vontade, entre e pode mexer na estante não tem problema.
Eu até poderia mentir dizendo que escrever este conto foi difícil, mas na verdade foi como lembrar da sua festa de aniversário favorita, pois, parece que este conto sempre esteve na minha cabeça eu só tirei a poeira dele. Se vocês gostarem e obtiver algum alcance tenho a ideia de postar as partes anteriores do conto e consequentemente a continuação.
ok, sem mais delongas vamos a isto, lembrando que comentários, sugestões e críticas são sempre bem-vindas.
até a próxima.
Evan Last Nightfall e a pequena Ellyllon



- O que você está fazendo Evan?! Nós não podemos parar de correr...
- Eu não consigo... acho que a flecha, a flecha...


- Furou o seu pulmão, ótimo, quero dizer horrível, eu só estava sendo irônica, você me entendeu...

- Akira! Você precisa tirar a flecha e me curar ou vamos morrer aqui.

Akira já estava com Evan apoiado em seus ombros e tentava arrastá-lo o mais depressa possível se esgueirando entre uma viela e outra. Estavam na parte baixa da cidade de Lyse, perto das docas, enquanto os caçadores atiravam flechas cujas pontas metálicas Tilintavam nas frias paredes de pedra.

- Você não vai conseguir me carregar por mais tempo...

- Você se surpreenderia com o quanto forte eu posso ser!

- Me cure!

- Se pararmos...

- Qual é a sua magia de refúgio? Há como usá-la aqui?!

- Eu precisaria de... parou um breve momento para observar. – Estamos com sorte, vamos!

- Você precisa rever... seriamente... o seu conceito de sorte!

Enquanto corriam pelo beco, que estava tão escuro quanto a noite, pois as paredes dos armazéns que os cercavam eram altas e cobriam a luz do sol, vários caçadores desembocaram no corredor logo atrás deles e o zunido de flechas era constante, se uma acertasse Akira, seria o fim para ambos. HomEns e cachorros se aproximavam rapidamente.

- O que você está fazendo garota? Vai acabar nos matando...

- Prenda a respiração!

- O quê?

O corredor acabou e chegando na pequena praça a repentina luz cegou Evan. Akira correu desesperadamente em direção a fonte e o arremessou dentro dela, quando seu corpo bateu no fundo raso a flecha quebrou e entrou um pouco mais fundo, quando emergiu tudo o que pode ver com seus olhos levemente embaçados pela água foi AkIra em sua capa vermelha pulando em cima dele, no mesmo instante em que ela caiu sobre seu peito ambos afundaram, mas muito além do que a fonte permitiria.

Evan permaneceu com os olhos fixos no rosto da garota que o libertara do Castelo da família real de Lyse. Os cachos loiros do cabelo da garota dançavam lentamente com o movimento da água, tornando-a emoldurada como uma pequena deusa da floresta e tudo o que vinha a sua mente era as duas perguntas mais pertinentes ao momento: “Quem é essa garota? ” “E pelos diabos, ela sabe o que está fazendo?!”

Justo quando EvaN, o maior mago de seu tempo, pensava que morreria afogado em uma medíocre fonte, sentiu uma brisa gelada em suas costas e em vez de chegar ao fundo emergiu na superfície de um rio cercado por uma floresta. Havia no ar um doce aroma de flores silvestres.

Enquanto cuspia água e sangue Akira o puxava para a margem do rio.

- Você poderia ter me avisado que o seu refúgio era uma fonte...

- Água, na verdade. E você reclama demais para alguém que foi salvo da forca. Ser grato de vez em quando não doí sabia?

- Ah eu aprecio muito a sua inesperada ajuda, e a teria em alta... Evan já tinha os lábios roxos e a pele branca como o leite.

- .... Estima?

- Isso, se você.... Apenas faça, está bem?

Akira o virou de costas e retirando a fina faca que trazia consigo presa em sua coxa rasgou seu colete e abriu um buraco em sua camisa outrora branca, mas agora rubra pelo sangue. – Isso vai doer!

- Apenas por um momento... faça!

Com apenas um movimenTo ela arrancou o pedaço remanescente da flecha abrindo um buraco que caberia três dedos facilmente, de Akira quatro talvez. Evan mal pode gritar com tanto sangue esguichando em seu pulmão, mas antes que ela pudesse tocá-lo novamente ele virou-se e lhe segurou a mão olhando fixamente em seus olhos, por um segundo ele foi selvagem e ameaçador, o sangue em seu rosto completa a figura aterrorizante.

- Não faça a ligação! Apenas cure.

- Nem passou pela minha cabeça...

Com um toque os olhos azuis como água de Akira cintilaram como nunca e uma forte luz emanou de suas mãos que pressionavam o ferimento. A luz entrou no âmago de Evan, preencheu suas lacunas, ele pode sentir o calor do sol dentro dele e a luz saiu pelos seus olhos escuros e sombrios em uma explosão resplandecente.

Olhando para o céu azul ele descansou de um jeito que não fazia há anos e quase entrou em um sonho doce guiado por uma mulher que sorria para ele...

- Você tem algum plano para os mercenários, acho que não adianta ficarmos muito tEmpo aqui eles não vão desistir, vão nos esperar com uma dúzia de homens certamente.

- Você não sabe conectar seu refúgio com outros lugares se não o de entrada?

- Ainda não, nunca preciseI na verdade e sem mencionar que a magia do meu povo é muito diferente da sua, como você já deve saber. Alguma sugestão?

- Nenhuma que você seja capaz de aprender agora...

- Se eu não conhecesse sua reputação ficaria ofendida!

- E o que andam dizendo de mim pelos arredores?

- Ah o de sempre... Louco, assassino, feiticeiro das trevas, dominador de mentes, aquele que trará o último cair da noite, aquele que fala com demônios e claro “aquele que não dobra os joelhos”

- Hum, parece bom.

- Parece exageRado, eu só vejo alguém com aquela expressão “sou um lorde que perdeu a fortuna em apostas” e você não parece um lutador até tem a altura e o olhar, mas não pesa mais que 80 kg!

- Em primeiro lugar, eu acho que essa expressão não existe, em segundo, você traz uma balança no seu bolso?

Evan caminhava em direção ao rio em quanto dobrava as mangas da sua camisa até o cotovelo.

- E Afinal quem diabos é você?

-  já que estamos enumerando coisas em primeiro lugar a sua salvadora, acho que devemos sempre deixar isto em mente, é claro.

- É claro!

- E também eu viajei muito para te encontrar, eu tenho uma proposta para você... Akira o segurou pelo braço para que olhasse em seus olhos. – Sr. Evan LaSt Nightfall eu serei o seu Amuleto. A expressão no rosto de Akira era contagiante e totalmente aversiva a expressão de surpresa de Evan.

- Ora, ora! Isso é algo que nãO se vê todo dia! Os Ellyllon não são de se oferecer como fontes de poder mágico, isso para o seu povo não é algo como – hesitou por um momento – ser um escravo?

- Eu penso diferente e tenho os meus motivos, acredito que possamos nos ajudar mutualmente.

- Eu tenho coisas a fazer e você só me atrapalharia...

- Bem, você já viu minhas habilidades, sabe que sempre tenho um truque ou dois, e com certeza juntos podemos não só superar seus inimigos como podemos vencer o Torneio entre Mundos...

- Torneio entre Mundos? Akira, eu sou grato por tudo o que fez por mim, mas eu não preciso de um amuleto, na verdade já tenho o meu, bem... me roubaram na verdade, mas estou indo resolver isso! E não preciso de ajuda. Não falo para lhe magoar, é apenas a verdade. Sem mencionar que um amuleto com vida pode ser um problema, uma Ellyllon, pelas luzes da aurora! – Respirou fundo para dizer – Em resumo, não preciso de você.

- Seu grandíssimo arrogante! Com que audácia você nega a ajuda de Akira OgaWa, Filha da floresta, Nascida sob uma lua vermelha?! Há algumas horas você estava em uma cela imunda e escura à espera da morte, aliás, você se leMbra qual é uma das primeiras regras da magia?

- Qual a relevância disso...

Evan começou a sentir uma dor lancinante nas costas que aumentava na mesma medida em que Akira chegava mais perto do seu peito, até o ponto que sentiu novamente o sangue lhe correr pelas costas e ele já se encontrava arqueado no chão.

- Aquilo que você concede também pode ser tirado.

Os olhos de Akira não piscavam nenhum instante e brilhavam vermelhos como os dois rubis mais raros da face da terra.

- Se você acha que isso vaI me convencer, você está tão enganada!

Em um salto ela afastou-se o máximo que pode – Me desculpe, as vezes eu não consigo controlar toda essa raiva... eu só...

- Ainda não aprendeu a manter sua forma humaNa por muito tempo, não é? E ainda pensa em me ajudar, provavelmente você acabaria me matando antes que os Peterson, ou os magos do Condado Shine...

- Eu nunca faria isso, quero dizer, eu não quero machucar ninguém que não mereça!

- E quem merece?

- Mance Peterson! Ao pronunciar o nome seus olhos tornaram-se vermelhos outra vez, mas apenas por um momento.

- Um inimigo em comum...

Evan a observava com atenção talvez pela primeira vez, seus dedos estavam entrelaçados seus braços a frente do corpo, ela ainda estava encharcada é claro, usava uma capa vermelha escarlate presa por quatro botões, não no centro, mas no lado superior direito do peito, os botões eram dourados e cintilavam a luz do sol. Usava fivelas de aço e cintas de couro fervido nos braços e nas pernas, para proteGer-se de facas, provavelmente. Seu rosto era um tanto rosado, com o queixo fino, olhos azuis e decididos, cabelos loiros e agora molhados tinham a cor do ouro visto no escuro, Evan se perguntava porque ela teria um nome dos povos orientais, o povo dela tinha nomes geralmente como Lunnara ou Aluzir... ela aparentava ter a idade de uma criança, não mais que treze ou quatorze anos, mas ele sabia que ela era mais velha, muito mais velha.

- Olha faremos um trato, Akira.  Por algum motivo você resolveu me ajudar e agora estamos nisso juntos pelo menos até nos livrarmos dos mercenários e fugirmos em um barco para longe daqui. Além disso, há algo em você que me deixa curioso, e a minha curiosidade sempre se torna uma fome implacável. Quando estivermos despreocupados você me contará essa história do começo, está bem?

- Eu acho que é um começo e tanto! ... você já está forte o bastante para se defender?

- Pronto para enfrentar um exército eu diria, mas prefiro evitar por hora, vamos! Se esconda em mim, será mais fácil se não tiver que protegê-la toda hora, - Mas eu... – Nem se de o trabalho de inventar uma desculpa, já sei que você não pode usar sua magia de ataque logo após ter curado alguém...

- Como você...

- Qual o problema você já me carregou por meia cidade, nada mais justo do que eu carregá-la o restante do caminho, não acha?

- Eu nunca usei esse feitiço antes... se algo acontecer com você, acontece comigo também.

- Eu pensei que houvesse alguma coragem em você, mas...

Akira segurou Evan pelo punho e na medida que seu corpo desaparecia, uma tatuagem em várias formas de treliças, tribais, animais e flores em diferentes tons azuis, escuros e dourados avançavam pela pele do braço de Evan subindo até ficar visível em seu pescoço.

- Abra a porta do refúgio Akira.

- Não se esqueça de prender a respiração desta vez...

- Auch! Fale mais baixo, afinal, você já está dentro da minha cabeça!

- Desculpe, primeira vez lembra?

O rio em frente emanou uma forte luz, a porta estava aberta e Evan mergulhou em um salto. A água estava gelada e ele pode sentir a mesma sensação de frio que Akira sentia, ele nadava em direção ao fundo do rio, mas sabia que neste caso para baixo era para cima.

Na superfície da fonte a noite já caia apesar de terem entrado nela há apenas alguns minutos, o tempo dentro do refúgio é muito mais rápido. Havia dois homens nos telhados com balestras em punho e outros três escondidos nas entradas dos dois corredores que acabavam na fonte. Estes estavam com espadas, seu líder segurava entre os dedos um colar com o símbolo da “chama dos sacerdotes” o apertava tão forte que sua mão suava sobre o ferro escuro. O homem corpulento, de barba ruiva desgrenhada e manchada pelo vinho e tabaco, media quase dois metros e olhava fixamente para a fonte, sabia que não demoraria muito.

A água na fonte explodiu por todos os lados e quando tocou o chão de pedra junto com ela estava de pé Evan Last Nightfall. Esferas de ferro presas a correntes voaram em sua direção enrolando-se por todo seu corpo, as duas esferas possuíam runas Ellyllonianas e as correntes estavam tão apertadas que não poderia se mexer, seu cabelo curto e negro estava despenteado e apontava entre os olhos, sua expressão era voraz e assustadoramente calma.

- Senhores! Antes que fechas voem e espadas corram em minha direção devo dizer que não tenho prazer em tirar a vida de nenhum miserável como vocês. Não será uma luta digna, será um massacre sem absolutamente nenhuma, e escutem bem, nenhuma! Chance de sucesso para vocês, portanto, sugiro que tirem a esperança de obterem a medíocre recompensa pela minha cabeça e tomem o caminho de volta para... seja qual for o buraco imundo do qual saíram!

- Diz o homem acorrentado! – As risadas soaram alto na fria noite – Por favor, não nos tome por meros tolos, sabemos que você não pode fazer nada preso nessas correntes! Porque você não nos diz aonde está a...

- Akira, faça o favor de se entender com a sua língua materna e me tire dessas correntes, sim?
A tatuagem emitiu uma forte luz branca e as correntes caíram no chão.

Por um instante, menor que uma respiração, os homens hesitaram.

- Matem esse bastardo!

Os cachorros o alcançaram primeiro, Evan mostrou-lhes os dentes e eles fugiram. O homem de barba vermelha avançou na esperança de um golpe mortal de espada, Evan esquivou-se e o derrubou sobre a fonte, o homem bateu a cabeça nas pedras e as manchou de sangue, não se levantou mais. Uma faca voou em sua direção, mas ao aproximar-se do seu rosto perdeu velocidade e agarrando-a, o mago desapareceu e ressurgiu atrás do segundo homem cortando sua garganta, com um giro desvencilhou-se do corpo e arremessou a faca acertando a cabeça do último homem em solo e desapareceu na escuridão...

 Até reaparecer no alto do telhado ao lado do mercenário de balestra.

- Agora eu sou rápido demais para suas flechas, não sou?

Com um toque no homem de expressão incrédula o mercenário reapareceu com um clarão no céu umas duas quadras dali em queda livre. O Segundo arqueiro ao ser tocado despencou do armazém e no mesmo momento em que se espatifou no chão Evan estava ao seu lado.

- Nunca me escutam! Bem Akira temos um barco para pegar e você... acredito ter uma história para me contar.

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